Usar até 10% do FGTS como garantia para o empréstimo consignado, como pretende o governo federal para estimular o consumo, é mais do mesmo. Já vimos este filme – incentivo ao endividamento para acelerar a economia – e o seu final nada feliz: o alto nível de endividamento da classe média.
Segundo estudo da Serasa Experian, 59 milhões de brasileiros começaram o ano inadimplentes!
Não custa repetir: crédito não é renda. Dívidas têm de ser pagas e comprometem o orçamento mensal, afetando o poder de compra individual ou familiar. Pode ser que, inicialmente, como ocorreu no passado recente, essa medida injete dinheiro e reative, parcialmente, as vendas no comércio.
Adiante, contudo, o consumidor terá de pagar os empréstimos, a inadimplência aumentará e os bancos reduzirão, de novo, o volume de recursos destinados ao crédito, por meio de juros altos e mais exigências para liberar o dinheiro.
Além disso, parte do FGTS, uma das únicas reservas financeiras dos trabalhadores para situações como desemprego, será ameaçado por eventual dívida.
Alguma novidade?