A venda de remédios fracionados é permitida mas como não é obrigatória, só existe na teoria no Brasil. Apesar dos benefícios à saúde, ao bolso e ao meio ambiente, o brasileiro não consegue comprar remédios na quantidade exata para o tratamento prescrito.
Além de economia, o fracionamento evita os riscos de efeitos adversos e intoxicação pelo consumo das sobras de medicamentos estocados em casa. E reduzem-se o desperdício e o descarte de medicamentos no meio ambiente. Apesar dos benefícios, projeto de lei de 2006, tentando tornar obrigatório o fracionamento, não avançou no Congresso.
O medicamento fracionado tem a mesma qualidade e segurança dos demais, com embalagem diferente, especialmente desenvolvida para este fim, que não permite o contato do remédio com o meio externo até a sua utilização.
Dados da Anvisa apontam que 28% de todos os casos de intoxicação atendidos pela rede pública hospitalar, nos últimos dez anos, foram causados por uso indevido de medicamentos guardados em casa. Em 2005, a Agência estimou que 20% de toda a produção farmacêutica no Brasil foram para o lixo e que esse desperdício custou cerca de 20 bilhões de reais. É interesse de quem que a proposta não avance? Interesse da saúde do brasileiro é que não é.