A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por determinação da Justiça Federal, terá de providenciar em 90 dias a rotulagem de alérgenos – substâncias naturais que podem causar reações de hipersensibilidade – em alimentos, medicamentos e produtos de uso pessoal. A iniciativa foi do Ministério Público em Sergipe.
A medida é fundamental para quem convive com alergia e fica inseguro por falta de informações na hora das compras. Identificar no rótulo dos produtos os ingredientes que podem acarretar problemas à saúde é fundamental para quem é alérgico e trata-se de direito do consumidor.
Falta clareza nos rótulos, o que estimulou a criação do movimento Põe no rótulo, criado por mães de crianças com alergia a determinados alimentos (gluten, ovo, leite, castanha, amendoim, soja, trigo, oleaginosas, peixes e crustáceos).
No ano passado a Anvisa promoveu uma audiência pública para discutir a inclusão dos alérgenos nos rótulos dos alimentos, que contou com contribuições de mais de 3.500 pessoas. A proposta de regulamentação, porém, não avançou. Até agora não saiu do papel porque a questão passou a ser discutida no âmbito do Mercosul, baseada na proposta em debate no Brasil.
Pesquisa realizada pela Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) mostrou que 39,5% reações alérgicas foram relacionadas a erros na leitura de rótulos dos produtos.