O consumidor escolhe um pão integral, certo de estar tomando providências concretas para ter mais saúde. Compara os preços dos produtos na prateleira, mas não lê, no rótulo, as informações nutricionais. Resultado: o pão é integral, contudo tem 10% de sódio, ou seja, pode contribuir para a elevação da pressão arterial.
Além disso, até hoje não podemos sequer afirmar que os produtos sejam, efetivamente, integrais. Por isso, o Tribunal de Justiça do Rio deu, em fevereiro, prazo de 180 dias (portanto, até agosto) para que pães de dois fabricantes (Bimbo e Wickbold) informassem o quanto de farinha integral tinham em sua composição.
O projeto de lei 5.081/2013, de autoria do deputado Onofre Agostini (PSD/SC), propõe que haja três categorias de pães: integrais (com mais de 51% de grãos integrais em sua composição); semi-integrais ou com adição de farinha integral (com 15% a 51% desses grãos) e sem as expressões ‘integral’ ou ‘semi-integral’, se o percentual for inferior a 15%.
Ainda não há data para que seja votado.
Há uma parte dos cuidados que deveria partir dos fabricantes – refiro-me à informação clara e precisa, com letras e números legíveis. E outra que cabe ao consumidor: não se deixar levar pelos comentários de colegas e amigos, ou mesmo nas redes sociais.
O ideal seria que fosse obrigatório afixar nos alimentos, além do percentual de farinha integral, advertências referentes à presença de gorduras, açúcares e sódio. A rotulagem adequada estaria mais de acordo com o direito à informação, estipulado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Não creio, sinceramente, que isso ocorra em breve. Então, temos de nos precaver. Ou mudar esse quadro, à custa de mobilização em todo o país. A alimentação saudável é indispensável à saúde. Não se pode brincar com isso, ou, pelo menos, não se deveria.
Leia, portanto, sempre os dados nutricionais que estão na embalagem dos alimentos. Não considere que perdeu tempo, porque estará preservando sua saúde. Se tiver dificuldade para lê-los, carregue uma lupa. E cobre do deputado e senador que ajudou a eleger a votação de projetos como o 5.081/2013.
Já que tratamos dessa questão, considero também fundamental que, além dos fabricantes, bares e restaurantes informem se as refeições e petiscos contêm glúten, dado essencial para proteger a saúde dos celíacos, que não podem consumir esta proteína.
Preste atenção, por exemplo, àquela indisposição digestiva que você ou um parente tenha, pois pode ser causada por intolerância à lactose, ou seja, ao leite animal e aos seus derivados.
É um tipo de constatação que somente a própria pessoa pode fazer, ao perceber que não passou bem após consumir determinada comida ou bebida.
Da mesma forma, não se deve fazer qualquer dieta para emagrecer. Seguir uma dica de conhecidos ou um modismo poderá custar caro. A eventual perda de peso talvez seja acompanhada por efeitos colaterais negativos à saúde.
Quando suas roupas derem a impressão de ter ‘encolhido’ repentinamente, vá ao médico. Ele poderá indicar uma dieta ou um nutricionista para ajudar você a entrar em forma. Não será fácil, nem rápido.
Demandará paciência e resistência às tentações culinárias. Certamente, também implicará a prática de exercícios físicos orientados por profissional especializado. Nada mágico, como muitas vezes gostaríamos que fosse.
Reeducação alimentar é uma mudança de hábitos, tão importante e desafiadora como transformações culturais. Dá trabalho e exige muito das pessoas. Por que faríamos isso, nos privando de determinados alimentos e bebidas, se não fosse indispensável?
A saúde também se conquista à mesa, com algumas garfadas diárias. Pense nisso, e se alimente melhor.