O risco do leite adulterado

Por Maria Inês Dolci

Configura-se crime de consumo colocar no mercado produtos que o fornecedor sabe que causará danos à saúde do consumidor, como neste caso do leite adulterado detectado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. As Promotorias Criminal e de Defesa do Consumidor, que já vinham combatendo as fraudes desde maio do ano passado, investigaram o caso e cumpriram mandados de busca e apreensão em oito municípios gaúchos. Os promotores interceptaram mais uma resfriadora que adulterava o produto das marcas Líder e Parmalat com ureia e formol, substância cancerígena. Os lotes contaminados teriam sido embalados nos dias 13 e 14 de fevereiro. O leite da marca Parmalat foi distribuído para venda em Guaratinguetá, em São Paulo, e o da Líder para Lobato, no Paraná. É inadmissível que um produto essencial para alimentação seja alvo de fraudes constantes, deixando o consumidor vulnerável e inseguro na hora da compra já que, segundo o Ministério da Agricultura, quem bebe leite adulterado não passa mal na hora e os malefícios surgem a longo prazo.O formol pode provocar danos no aparelho gastrointestinal, e a exposição frequente à substância tem efeito cancerígeno. O Instituto Nacional do Câncer afirma que não há níveis seguros de exposição ao formol, que é associado ao câncer de nasofaringe e leucemia.Tem que haver fiscalização efetiva em todo o País para coibir essas práticas criminosas.