A Copa nas vidas de todos nós

Por Maria Inês Dolci

Estamos a quatro escassos meses da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014. No dia dos namorados, 12 de junho, o país estará em novo clima, com um grande foco – o desempenho da seleção brasileira de futebol – e em um ambiente diferente.

Que mudanças a Copa trará para o consumidor? As mais relevantes são os aumentos nos preços das tarifas de hotéis nas 12 cidades-sede e dos voos nessas rotas. Não somente os valores, mas, também, sem dúvida, eventuais dificuldades de obter passagens aéreas e locais para se hospedar.

Nessas capitais, os restaurantes também tendem a ficar mais caros, principalmente os que atraiam turistas nacionais e estrangeiros.

Como ocorre em períodos de férias, Natal e Ano-novo, a demanda cresce, inflando preços e reduzindo a qualidade dos serviços.

Mesmo quem não for aos estádios, nem viajar para as cidades-sede, terá de ajustar as datas de seus compromissos – consultas médicas, odontológicas, terapia – para que não coincidam com as partidas da seleção brasileira, pois podem ser cancelados.

Há, também, pegadinhas a evitar. Para começo de conversa, os ingressos para os jogos são vendidos exclusivamente pela Fifa. Logo, se aparecer uma oferta em qualquer outro site, não compre. Um operador da bolsa de valores enfrentou essa ameaça.

Antes de pagar um boleto de R$ 1.180,00 por ingressos, resolveu checar a procedência da empresa. Descobriu que, na verdade, o cadastro era de uma emissora de rádio, na cidade de Manduri (SP). O caso está sendo investigado. Novas vendas oficiais de ingresso começarão a partir do dia 12 de março.

Outro equívoco é recorrer a cambistas na última hora para ter acesso a uma partida no estádio. Além dos preços elevados, o torcedor poderá adquirir ingressos falsos.

As lembranças oficiais da Copa custam caro. Desconfiem, portanto, de camisetas, canecas, bolas e outros itens com preços baixos. É possível que sejam cópias sem qualidade, que não durarão até a Copa de 2018.

É claro que alimentação e hospedagem são necessidades essenciais dos turistas também ao longo da competição. Mas não adianta economizar e ficar doente.

Por isso, não façam lanches na rua, exceto com garantia da higiene e da qualidade dos produtos. Ainda assim, não é seguro comer alimentos perecíveis vendidos desta forma, pois é provável que não sejam conservados sob refrigeração adequada e que não atendam aos prazos de validade e às normas sanitárias.

Economia, às vezes, cria problemas. Para driblar as diárias dos hotéis, alguns turistas recorrem à hospedagem em quartos de residências particulares, cujos proprietários aproveitam o período para ganhar um dinheirinho extra. Se não forem estabelecimentos comerciais regulares, cadastrados pela Embratur, não se configurará relação de consumo, o que dificultará a solução de eventuais problemas.

Há o risco, também, de que as instalações não estejam limpas, confortáveis e seguras para os hóspedes.

A locação de veículos, em princípio, é uma boa opção para visitar pontos turísticos, inclusive cidades próximas às sedes. Convém, contudo, fazer uma pesquisa antes de escolher a locadora, comparando preços, carros, condições e acessórios. Ar-condicionado, por exemplo, é fundamental nas cidades-sede do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Detalhes dos contratos de locação de veículos – como seguro, franquia, valor por quilômetro rodado e onde entregar o carro – também são importantes para que não ocorram surpresas desagradáveis.

Elaborem orçamentos dos gastos em geral antes do início dos jogos e não se endividem. Ao utilizar o cartão de crédito, fujam do rotativo, pois as taxas de juros são impagáveis.

Recomendo, também, copiar documentos e cartões e os guardar em lugares seguro, para cancelá-los se forem roubados. E ter à mão uma agenda com telefones úteis (polícia, hospitais, pontos de táxi e farmácias).

Se os seus direitos forem desrespeitados, recorram aos órgãos públicos e privados de defesa do consumidor.

Acima de tudo, divirtam-se e torçam pelo hexa!