Vale a pena fazer as compras de supermercado pela Internet? Depende do que o consumidor considere mais importante: praticidade, economia de tempo ou preços.
É evidente que escolher produtos, colocá-los em uma cesta virtual e recebê-los, mais tarde, em casa, dificilmente terá uma fatura exatamente igual à de quem foi ao supermercado e gastou uma ou duas horas para encher o carrinho, passar pelo caixa e acomodar as sacolas no porta-malas do carro.
Pesquisa da Proteste divulgada esta semana comprova isto. Há diferenças consideráveis de preços entre as lojas físicas e on-line. Além disso, são cobradas taxas de entrega que variam de R$ 5,00 a R$ 30,00, dependendo da cidade e da rede em que os produtos forem adquiridos.
O que definirá, então, os benefícios deste tipo de compra será a comodidade, a presteza da entrega e a qualidade dos produtos. Não tanto por questões de horário, porque, em São Paulo, por exemplo, é perfeitamente possível andar pelas gôndolas até de madrugada.
Mas, convenhamos, com a soma de trânsito, de jornadas extenuantes de trabalho e de perfil (cresce o percentual de pessoas que moram sozinhas), para muitos a opção de clicar, pagar e receber frutas, legumes, carnes, bebidas e mantimentos em geral é tentadora.
Se as redes varejistas decidirem oferecer mais descontos nessa modalidade comercial – que economiza custos, especialmente espaço físico de lojas -, é provável que cresça a quantidade de carrinhos virtuais. Haverá ganhos não somente de tempo, mas também de trânsito, pois milhões de pessoas vão às compras semanalmente no Brasil, sem contar as necessidades de última hora.
Ainda há uma correlação entre taxas cobradas e valor da conta. Quanto maior o desembolso, menor a custo do conforto. Isso significa que, ao menos nos próximos anos, não teremos como aposentar a ida aos mercados para adquirir poucos itens. Isso sempre será mais caro no serviço delivery.
A sugestão, então, é que os usuários se programem para compras de valor, uma ou duas vezes por mês. Com isso, economizarão nas taxas. Devem ficar atentos, também, às ofertas exclusivas para este tipo de supermercado. Às vezes, elas compensam o custo da entrega.
Quem compra muitos vegetais, legumes e frutas, deve se lembrar de que, no dia da horta, nas lojas convencionais, economizará mais. Há promoções digitais, contudo, de vinhos, carnes e laticínios, dentre outros. É só comparar e avaliar suas necessidades.
A boa notícia é que, ao contrário de outros comércios digitais, não há expressivas reclamações de consumidores lesados. As redes efetivamente levam as sacolas à casa do consumidor. O cumprimento dos prazos é essencial ao serviço, porque não adianta receber alimentos com atraso de vários dias.
Como na ida ao supermercado, porém, é muito importante verificar quem tem os melhores preços. A possibilidade de simular uma compra facilita muito esta comparação.
Como não acompanharemos o processo de embalagem, isso também poderá fazer toda a diferença. De nada adiantarão promoções se as frutas chegaram amassadas, ou os legumes misturados.
São cuidados inerentes ao tipo de mercadoria adquirida.
Não acredito, entretanto, que os supermercados fiquem vazios por causa disso. Para muitas pessoas, nada substitui a escolha dos itens utilizados no dia a dia. As prateleiras oferecem surpresas, ofertas diferenciadas e há até o aspecto da socialização, para pessoas solitárias, similar ao que ocorre em farmácias e agências bancárias.
O envelhecimento da população, provavelmente, represente mais clientes tanto para as lojas tradicionais, em função da oportunidade de ver outras pessoas, quanto para as digitais, pela dificuldade de locomoção de alguns consumidores.
Sem contar que as feiras livres continuam firmes, com seus clientes fiéis, que não abrem mão deste tipo de comércio. Em um país no qual a quase totalidade dos habitantes opta pela vida em cidades, parece haver espaço para todas as formas de comércio.